“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” (Sl 119.105)

Comumente sou questionado sobre qual a melhor metodologia para a leitura da Bíblia Sagrada. Particularmente, tenho minha preferência sim por uma forma específica, porém não posso deixar de lembrar algumas observações antes de expor meu próprio ponto de vista.

Primeiro que tudo levemos em consideração que existem tipos de leitura, por exemplo aquela que tem por objetivo ‘o simplesmente ler’, que leva em consideração a alimentação da alma com a palavra de Deus (Mt 12.34b). Nesse sentido, o leitor adota um padrão de alimentação, definindo a quantidade de capítulos e versículos que lerá periodicamente a fim de se alimentar espiritualmente. Posso lembrar ainda aquele tipo de ‘leitura investigativa’, aonde o leitor faz uso de vários recursos (dicionários, mapas, livros de história…), a fim de entender minuciosamente o texto e contexto da Bíblia, o que é geralmente feito por pesquisadores, alunos de faculdades ou de cursos de teologia, ou mesmo por leigos que se aventuram a fim de conhecer mais sobre Deus (Jo 5.39). Por fim, posso lembrar, apesar de existirem diversos tipos de leitura, a leitura que se faz com a finalidade de obedecer a um cronograma, seria a ‘leitura programada’, cujo o objetivo é ler determinada parte ou ler a Bíblia dentro de um prazo preestabelecido (Mt 24.4; Ef 5.6; Tg 1.16).

Dentro desse contexto, deve-se levar em consideração a finalidade da leitura. Eu já li sobre diversas finalidades: ler a Bíblia toda em menos tempo, saber mais sobre a Bíblia e seu contexto, ler mais vezes, ler mais vezes de determinada maneira, saber sobre determinado tema… Enfim, sobram argumentos e motivações que eu, particularmente, não reprovo por achar que todos os argumentos que levem a leitura das sagradas escrituras criteriosamente sejam válidas para algum tipo de aprendizado, sendo que em alguns casos existem, indiscutivelmente, um maior aproveitamento a outros casos.

Quando vou orientar alguém sobre a leitura da Bíblia, levo em consideração algumas variáveis. Se for um novo convertido na fé ou que nunca leu a Bíblia toda antes, oriento que comece dos Evangelhos e leia todo Novo Testamento, depois Salmos e Provérbios e, por fim siga a sequencia do Antigo Testamento a partir do Gênesis. Se for alguém que não seja crente, oriento que leia os Evangelhos e em seguida o livro dos Salmos. Caso seja um crente já de alguns anos de fé, oriento sempre a leitura sistemática e periódica conforme a organização dos livros, do Gênesis até o Apocalipse. No primeiro caso, acho que um novo convertido, um crente que retornou aos caminhos do Senhor, ou mesmo um que nunca leu a Bíblia, nem sequer um capítulo, deva primeiro abalizar sua fé na Palavra de Deus, lendo e aprendendo sobre os ensinamentos de Jesus e sobre a ética do reino, que é o que chamamos de consolidação no discipulado, por isso começar dos Evangelhos e seguir todo Novo Testamento, antes de ler o Antigo Testamento. No segundo caso, pessoas que não são crentes ainda devem ser evangelizadas corretamente, e nada melhor que as palavras e ensinos de Jesus Cristo para conduzi-los aos santos caminhos, além dos devocionais dos Salmos para a formação de uma mente que leve em consideração os princípios do Céu. O terceiro caso leva em consideração a verdade de criar e/ou consolidar o hábito da leitura diária e fiel da Bíblia na vida do crente, daí a sistematização periódica da leitura de todos os livros das sagradas escrituras.

Sobre minha preferência, leio três capítulos da Bíblia Sagrada por dia, sempre levando em consideração a meta de ler todos os livros em um ano. As vezes leio alguns a mais prevendo que terei menos tempo em outros dias, mas não tantos a mais. Gosto de ler a Bíblia de joelhos e com três canetas de cores diferentes (azul, vermelha e preta). Marco a minha bíblia de azul nas narrativas e eventos bíblicos, de vermelho quando identifico Deus falando e de preto as referências ao inimigo e adversidades à Deus e suas verdades. Também costumo anotar em volta do texto curiosidades e, por fim, anoto em minha agenda as mensagens que o Senhor me dá durante a leitura. Periodicamente leio essas mensagens e desenvolvo para pregar na igreja. Já li e recebi propostas sobre outras maneiras e metodologias, porém acho que lendo três capítulos diários seja suficiente para fixar na mente e refletir sobre as verdades ali registradas. Cabe ainda registrar que não costumo levar mais que dez minutos para a leitura diária e, com tudo que faço, uns trinta ou quarenta para concluir minha rotina.

 

Vamos ler a Bíblia!

 

Mário Sérgio de Araújo Silva, é pastor auxiliar na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville/SC. Supervisiona o Setor 41 da IEADJO e dirige a congregação Estevão de Mattos. Possui formação em Sistemas de Informação, Direito e Teologia.

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